quarta-feira, 1 de abril de 2015


Limpezas de Primavera...
 
Lavandaria

Aqui lava-se de tudo
Limpa-se bastante também
A sujidade do Mundo
E aquela que vai além

Não há nódoas maiores
Nem cheiros por eliminar
Pois limpamos os piores
Que entranhados possam estar

Fazemos limpeza geral
E somos muito eficientes
Daqui o belo nunca sai mal
Nem o frágil em pentes

Só as almas não limpamos
Pois não há sujidade nas puras
E as outras nem se esfregamos
São de matérias mui duras...

Não há modo nem temperatura
Que elimine tal sujidade
Podemos só criar alvura
Em seres de mui qualidade
 
Se só para isso servem
Então estão muito incompletos
Pois há tantos que fedem
E de merda estão repletos

Pensava caminhar no futuro
Já aqui não venho mais
Não basta limpar o que é puro
Isso é trabalho de ancestrais!

Paula Sá Carvalho/Março 2015

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