terça-feira, 11 de novembro de 2014


INTERVALO

Faço muito intervalos na minha existência
Uns são longos outros são mais breves
Mas todos eles me devolvem a essência
Que habita os corações mais leves

Pudera eu ser somente um intervalo
Pois entre o que tenho e o que desejo
Há o fosso de um mundo a cantar de galo
Porque não censura em tudo o que vejo

Disseram-me sempre que os castelos
São do ar feitos e mais que rarefeitos
Eu teimosamente prefiro ver belos

Mesmo a fealdade de alguns trejeitos
Que querem já nasci assim e então
Gosto de sorrir com os olhos e com o coração

Paula Sá Carvalho, Novembro 2014