segunda-feira, 23 de dezembro de 2013


Feliz Ano

A todos os meus Amigos

Reais

Virtuais

Potenciais

 

Feliz Ano

A toda a humanidade

E outra viva entidade

Aos seres cósmicos e terrestres

Aos aprendizes e aos mestres

Aos fazedores de arte

E aos outros de quem faz parte

 

Feliz Ano

A todos os que também

Vão mais longe que aquém

Sabem que o amor

Não é ausência de dor

E nunca esquecem que a amizade

É feita de carinho e verdade

E que está cientificamente provado

Apesar de breve tudo é ilimitado

             ...

 

Paula Sá Carvalho, 2013

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Parabéns ao Poeta! Mia Couto 5 de Julho de 2013

 

Deixa-me sonhar com o sabor dos morangos

Silvestres

Plantados por mão do acaso

Naquela pequena encosta

Tão disponível como nós

Lembra-te de outras terras

Com outras luzes

E outras chuvas

Talvez lágrimas de deuses entristecidos

Nessas terras não há aqueles morangos

Silvestres

Mas há gente de sangue suor e lágrimas

 

Pertencemos todos à mesma casa

Mesmo que  sejam outros os jardins

 

Paula Sá Carvalho, 5 de Julho de 2013

sábado, 15 de junho de 2013


Aos que já sentiram doer o intervalo da existência, dedico este poema.
 

Renascer


Ontem era cinzas

Hoje sou uma aragem

Uma leve brisa

De tépido sorriso

Não sei por que desertos andei

Mas foi tão longa a viagem!

 

Paula Sá Carvalho, Junho 2013

segunda-feira, 10 de junho de 2013


Dizem que Portugal é um país de poetas. Pois eu creio que a língua portuguesa é a pátria de alguns dos maiores. A todos, e em especial a Mia Couto que recebeu hoje o Prémio Camões, dedico este poema:

O POETA

O poeta pinta com as palavras

                               Os grandes poetas

São aqueles

        Que fazem ver

                                De todas as cores

                                         Aos leitores

 

Paula Sá Carvalho, Junho de 2013

quinta-feira, 25 de abril de 2013

N° 25

Quieta está a cidade e eu desperta
Não sei por que motivo estou ainda
Com a porta de minha casa aberta
Na rua cruzada à Esperança infinda

Foram anos a ouvir sinos a tocar
A escutar melodias outros tantos
Só a força da palavra veio alegrar
As entrelinhas destes prantos

Durante os Invernos sempre tão imensos
Aguardei impacientemente a Primavera
Vir perfumar os amanhãs de incensos
E colorir as pétalas de uma nova era

Que urgência impediu esta despedida
Que até a porta 25 ficou esquecida?



Paula Sá Carvalho, 25 de Abril de 2013

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Esta semana comemora-se o dia que há quase 4 décadas nos iluminou o caminho. Foi um esplendor de luz! Infelizmente as pilhas foram ficando cada vez mais fraquinhas e ainda ninguém as substituiu por recargas em autogestão...
Este poema que hoje aqui publico é dedicado aos que quase sempre duvidam, muitas vezes querem acreditar, mas sabem, ah como sabem!, que os pulhas que governam a nossa existência só fazem sombra onde não devem. 
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Querias sorrir num mundo ideal
Com gente a sério a acompanhar
Rende-te à evidência que não há
Com uma mão tiram o que a outra dá

E é assim que esta fauna se sacia
Sempre à cata de uma nova sangria
Mesmo inventando remédios e curas
Não há mezinha para estes usuras


Paula Sá Carvalho, 2013

quinta-feira, 21 de março de 2013

Esta é a minha história da Carochinha e faz parte de uns contos revisitados.
Ou poderei dizer (des)encantados?

A COZINHA DO JOÃO

Olha a bela Carochinha
Que canta a esta janela
Está aqui tão sozinha
Mas cintila de tão bela

Aqui estou eu à espera
Que alguém me retorne
O sorriso sem a panela
Antes que o caldo se entorne

Tenho por marido o João ratão
Distraído com os legumes
E as carnes do panelão
E eu tão só nos meus queixumes

Por o ver noite e dia ao fogão
Voltei a debruçar-me nesta janela
Quem quer fazer de ratão
E vir namorar esta bela?

Passa o burro que diz cinzento
Por ti beleza faço tudo
Dou-te a lua, dou-te o vento
O coração e todo o mundo

Isso dizes tu, mas e depois
Com tanto luar e ventania
Terás tempo para os dois
Ou és mais uma arrelia?

Passa o gato que diz contente
Sou aquele por que esperas
O que te dará plenamente
Todas e mais umas quimeras

Falas falas mas fiquei igual
Se és aquele por que espero
O que me trazes afinal
Para além de tanto esmero?

Passa o cão que diz baixinho
Prometo ser-te sempre fiel
Sou um trabalhador infindo
E gosto mais de ti que de mel

Obrigada pela conversa ó cão
Farta estou do verbo trabalhar
Pois ainda acabas como o João
E eu à janela outra vez a cantar

Passa o mocho com ar imodesto
Levanta a asa e diz sabiamente
Eu valho mais que o que presto
Sou todo eu mais que merecente

Se mereces ou não mereces
É questão que nem me vem
O que peço nas minhas preces
É entusiasmar-me com alguém...

Passa a abelha sempre atarefada
Meio sorriso e vestida a rigor
Declara-se já toda melada
Só de imaginar um voo de amor

Vejo bem que sabes voar e então?
Passas o tempo a picar flores
Será que desses voares sobrarão
Asas para olhares as minhas cores?

De seguida passa uma borboleta
Delicada e elegante no voar
Fixa-a com olhos de cometa
Mas nada consegue articular

Oh felicidade que tanto tardavas
Oh silêncio, oh ventura…
Aceito-te sem mais palavras
Vamos voar enquanto dura!

Paula Sá Carvalho, in Contos de (Des)encantar


sexta-feira, 8 de março de 2013

Uma pequena frase para sublinhar este 8 de Março dirigida às mulheres, endereçada também aos homens

"Você já foi ousada, não permita que a amansem." (Isadora Duncan, bailarina)

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Para nos ajudar a libertar do céu e do inferno aqui publico este poema que de tão actual até dói!!
 
Porque o Povo Diz Verdades
 
Porque o povo diz verdades,
Tremem de medo os tiranos,
Pressentindo a derrocada
Da grande prisão sem grades
Onde há já milhares de anos
A razão vive enjaulada.

Vem perto o fim do capricho
Dessa nobreza postiça,
Irmã gémea da preguiça,
Mais asquerosa que o lixo.

Já o escravo se convence
A lutar por sua prol
Já sabe que lhe pertence
No mundo um lugar ao sol.

Do céu não se quer lembrar,
Já não se deixa roubar,
Por medo ao tal satanás,
Já não adora bonecos
Que, se os fazem em canecos,
Nem dão estrume capaz.

Mostra-lhe o saber moderno
Que levou a vida inteira
Preso àquela ratoeira
Que há entre o céu e o inferno.
António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..."

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Eu tive um Feliz Natal embora pintalgado com a saudade que sinto pelos que já partiram.

Para todos aqueles que tiveram um Natal diferente, mais ou menos solitário,

mais ou menos frio e triste, publico este belíssimo poema de Fernando Pessoa.

 

Bem hajam

 

Natal

Natal... Na província neva.
Nos lares aconchegados,
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.


Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade!
Meu pensamento é profundo,
Estou só e sonho saudade.


E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei!