sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

 Feliz Ano

A todos os meus Amigos
Reais
Virtuais
Potenciais

Feliz Ano
A toda a humanidade
E outra viva entidade
Aos seres cósmicos e terrestres
Aos aprendizes e aos mestres
Aos fazedores de arte
E aos outros de quem faz parte

Feliz Ano
A todos os que também
Vão mais longe que aquém
Sabem que o amor
Não é ausência de dor
E nunca esquecem que a amizade
É feita de carinho e verdade
E que está cientificamente provado
Apesar de breve
Tudo é ilimitado...

Paula Sá Carvalho

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

 

O cálice

 

Dá-me um cálice

De alegria

Ou outra iguaria

Que me dê leveza

Para pintar o dia

Com beleza

 

Talvez a explosão

Que algures matou um Coração

Se cale

Talvez a fome e a dor

Se transformem em Amor

Talvez

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

 Já não visitas a minha rua…

 

Diz-me

Como poderei cantar os pássaros

Se o frio que cobre as manhãs

Tornou tudo tão silencioso

 

Diz-me

Se quiser chorar um fado

Como uma paixão desentendida

Qual é o tempo das estrelas

?

Diz-me

Quando a cidade adormece

Será que há beijos clandestinos

Que ainda acendem madrugadas

?

Diz-me

Se tudo é solidão e sede

Onde cabe o sonho da lua

Se tu já não visitas a minha rua

?

 

Paula Sá Carvalho, Outub

domingo, 7 de agosto de 2022


Bom dia, Walt

 

Escuta-te

Tens em ti todos os sons

Para musicares o teu quotidiano

E aproveita a escuridão

Dos dias sombrios

Desenhando sóis

Nos momentos catalisadores

De solidão

 

Olha-te

Tens em ti todas as cores

Para recriares o teu arco-Íris

Onde encontrarás a arca dos amores

Os que já pereceram

Os que ainda não aconteceram

Todos guardados na arca

Dos sonhadores

 

E

 

Nos dias esquecidos

Lembra-te que só a ti

Podes dar ouvidos

 

Paula Sá Carvalho, Agosto 2022 


sexta-feira, 27 de maio de 2022

 










O Farwest e a eternidade da desumanidade


Tomaste o pequeno almoço

Tão lentamente...

No entretanto

Observaste as árvores floridas


Com um sorriso

Ouvi-te dizer num murmúrio

Está ali uma cotovia

Ou será um melro?

É uma cotovia

Disse eu

Sem sequer olhar

Como é que sabes?

Pelo seu cantar

...

Agora deixaste de ser minha

E passaste a ser notícia de jornal


Ah se eu tivesse uma arma colossal

Juntaria todos aqueles

Que se armam até aos dentes

De crueldade

E também aqueles que olham de soslaio

Todos os que são danos colaterais

Da sua imensa maldade

E enviá-los-ia para Hades

O reino dos mortíferos tiros ao alvo

Tiro

Cai

Levanta

Tiro 

Cai

Levanta

Tiro

Cai 

Levanta

...

Até à eternidade


Paula Sá Carvalho, 24 de Maio de 2022

terça-feira, 17 de maio de 2022



 















Antes de entardecer

Antes de entardecer
Esteve um dia magnífico
De luz e cor
A passear-se nos ramos

Os risos das crianças
A ecoarem no azul dos pássaros
Esvoaçantes
Na quietude do momento

Antes de entardecer
Soaram alarmes
Caíram mísseis
Que balearam soldados
E todos os outros
Que respiram um quotidiano de horrores

Mulheres e meninas
Foram estupradas
Homens e meninos
Foram estuprados
Em quantos continentes
?

Antes de entardecer
Esqueci-me da fase da lua
Será que está grávida de noite
Ou adornada de silêncios
?

Será que o rei vai nu
Ou é a humanidade
Que vai nua
?

Paula Sá Carvalho, Maio 2022

foto da minha autoria






sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

 Não quero ir a Auschwitz

Não quero ir a Auschwitz

Não gosto de peregrinações

E não vou certamente

Suportar o silêncio de tanta dor

Transpirada nos muros perversos

Sempre mudos 

Antes

E agora

Nos musgos esquecidos de Primavera


Não quero ir a Auschwitz

Fazer turismo

De dor alheia

...

Janeiro de 2022

Paula Sá Carvalho