quarta-feira, 28 de maio de 2014

Um dia destes, depois de ter ouvido cantar fado, "chorei" este poema

Fado

Solta esse cante
Solta o chorar da guitarra
Abraça o imprevisto
Que existe sempre
Entre ti e a mágoa
E no entretanto
Passeia-se a saudade
Parece menina
Mas é eterna
Pois não tem idade
E ignora completamente
O que é chorar
De gente

Paula Sá Carvalho, Maio/2014

terça-feira, 20 de maio de 2014

Intervalo

Os dias cá vão passando
Uns depois dos outros
Como convém
Só que de vez em quando
Surgem do nada uns dias
De ninguém

E é nesse espaço sem nome
Que só me apetece voar
Soltar a língua e gritar
Enfim
Que posso dizer
Apetece-me sonhar


Paula Sá Carvalho, 2014

terça-feira, 13 de maio de 2014

Por vezes sentimo-nos assim...

A dor

A dor
Não tem cor
De pele
Nem padrões
De estética
A dor
É uma parcela de nós
Que deixa de ser voz
E passa a ser ruído
Um ruído contínuo
E sem prazo de validade


Paula Sá Carvalho, 2014