segunda-feira, 28 de junho de 2021

 









Matéria-prima

 

Estou por aqui embrulhada

Em cansados pensamentos

Amanheci de madrugada

Em desassossegados lamentos


É sempre tudo tão indefinido

No peso dos dias e das noites

Ó viver dolente e contido

Liberta-te e não te afoites

 

Deixa o rio galgar as margens

Não ignores o canto dos pardais

Nem a carícia das aragens


Deixa fluir e o menos será mais

Pois em todos os momentos

Só há passos no devir dos elementos

 

Paula Sá Carvalho, Junho 2021