Matéria-prima
Estou por aqui
embrulhada
Em cansados
pensamentos
Amanheci de
madrugada
Em
desassossegados lamentos
É sempre tudo tão indefinido
No peso dos dias
e das noites
Ó viver dolente e
contido
Liberta-te e não te
afoites
Deixa o rio
galgar as margens
Não ignores o
canto dos pardais
Nem a carícia das
aragens
Deixa fluir e o menos será mais
Pois em todos os
momentos
Só há passos no
devir dos elementos
Paula Sá Carvalho, Junho 2021
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