
quinta-feira, 12 de dezembro de 2019
sexta-feira, 18 de outubro de 2019
quarta-feira, 25 de setembro de 2019
quinta-feira, 7 de março de 2019
A MAO DELE
A mão dele
Aquela que já
afagou os meus cabelos,
Se passeou pelo
meu ventre
Me acenou beijos
Do outro lado da
estrada
A mesma que deu
banho ao nosso filho
Lhe limpou as
lágrimas de dor e de birra
E lhe acariciou o
rosto
A mão dele
Hoje largou-se no
labirinto da fúria
E essa mesma mão
que eu julgava familiar e segura
Socou brutalmente
a minha fragilidade
E o meu medo
Se uma mão é uma
pessoa
A quem pertence
esta
E desde quando?
Paula Sá
Carvalho, Março de 2019
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019
quinta-feira, 17 de janeiro de 2019
Porque todos os dias são dias daqueles que habitam o nosso coração
A casa dos Avós
No tempo em que
eu era uma menina
Que não gostava
de chorar
Havia férias de 3
meses
Na casa dos avós
Sestas contrariadas
E poeira
Muita poeira
A esvoaçar nas
rodas
Da minha
bicicleta
Havia reuniões de
família
Ressentidas de mágoas
Ressentidas de mágoas
Daqueles que não
tinham avós
Risos da altura
das crianças
E medos nocturnos
escurecidos
Nos silêncios
cantados pelas corujas
Havia galinhas na
capoeira
E um gato amarelo
Exímio caçador de
ratos sempre cinzentos
Havia hortênsias
nos canteiros
E rosas muitas
rosas multicoloridas
Céu azulíssimo
Recortado por
pinheiros de verde intenso
E sol muito
quente
A fazer tudo
dormitar
Nas tardes
plácidas
No tempo em que
eu era uma menina
Que não gostava
de chorar
Havia sonhos com
asas
Brincadeiras sem
horário
E palavras
escritas
Muito amigas
Para me aconchegarem
a solidão
Havia a casa dos
avós
E os avós
Agora há esta
saudade
Pequenina
De mãos dadas com
a memória
E os avós
Que estão aqui
comigo
Neste país frio
Deles
desconhecido
Sorriem-me
Hoje
É esse sorriso a
casa dos meus avós
Paula Sá
carvalho, Janeiro 2018
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