segunda-feira, 27 de maio de 2024

 

Humanos entre aspas

 

Atrevo-me a não olhar vendada

Para o que retratam os jornais

Nem tenho número de associada

No clube humano dos infernais

 

Assisto com imensa mágoa

As investidas para “os demais” suprimir

Usurpando-lhes dignidade abrigo e água

Numa cruel provação de devir

 

Para tantos são números a eliminar

Não têm corpo nem afetos nem alma

E sobram na ausência de quem pode castigar

 

Tanta fúria a perdurar no tempo

Será antecipação do “glorioso” momento

Em que os escombros habitarão vivalma

?!

 

Paula Sá Carvalho, maio 2024

 

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