Há uns tempos, semanas (ou meses?) escrevi um soneto para tentar exprimir o peso do silêncio de voz (foi este o título que na altura escolhi).
Hoje decidi postá-lo para iniciar o meu blogue e poder assim partilhar momentos com conhecidos e eventualmente desconhecidos
Naquele dia sentia-me assim
SILÊNCIO DE VOZ
Tenho voz mas não sou ouvida
Terei de mudar o timbre a amplitude
Gritar desespero de morte ou de vida
Argumentar ordenar esperar solicitude
Argumentar ordenar esperar solicitude
Ou poderei partir em silêncio de voz
Com o brilho do olhar das florestas
Dos rios que correm para a foz
Dos atletas que cortam as metas
Que voz é esta que se perdeu nas manhãs
À espera que o sol brilhasse de esplendor
Tudo tão naturalmente como coisas vãs
Assim como o sorriso do amor
Ou o almofadar de um ombro amigo
Ou o almofadar de um ombro amigo
- Por que estou tão só se estou comigo?
Paula Sá Carvalho - 2012
Paula Sá Carvalho - 2012
Numa das provas em que entrei(trail) durante 2 horas não vi ou ouvi nenhum humano, só na serra pensei que a civilização tinha acabado, achei graça á ideia gritei cantei disse asneiras até me aperceber que ninguém me ouvia contei segredos á Natureza que os guardou ciosa.Loucura só pode ser pagar para correr 60km e ficar nesta solidão voluntária, quando vi outro paricipante á minha frente fiquei feliz afinal havia outro no mundo, mesmo que ele não soubesse da minha existêcia pois não me via eu sabia que ele existia e só isso era o suficiente para não me sentir tão só no mundo.
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