quarta-feira, 23 de julho de 2014

a todos os que aflitos de dor se multiplicam cada vez mais por esse mundo fora, dedico este poema

 
OS DEUSES
 
 
A pedra fria
Mágica
Erguida por séculos
E séculos
De memória sepulcral
De imagens
E de cores
Que gritam
Ao sol para entrar
Nos passos do chão
Quebraram-se corações
Uns sinceros
Outros não
Mas todos aflitos
Beberam da mesma água
Benzeram a mesma
Aflição
Alumiaram as noites
Dos habitantes da bruma
Salvaguardando-se da cegueira
Colhendo pirilampos
No além-amar
Desses corações
Saíram ais
Lágrimas e sangue
Lágrimas de alguns
De outros o verbo
Todos eram filhos comuns
 
Paula Sá Carvalho, Julho/2014

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