Este poema é dedicado a todos os "distraídos" que há por esse mundo fora
**bem-hajam **
O meu Eu distraído
Distraí-me
A olhar pela janela
Os arcos-íris da infância
E à procura da arca do tesouro
Distraí-me
A ouvir o sussurro das árvores
O murmúrio cantante do mar
E a içar a vela deste presente
Distraí-me
A sentir a seda do teu sorriso
A quentura do teu abraço
E a criar a semente do futuro
Distraí-me tanto ou tão pouco
Que fiquei pasmada de inércia
Pregada à quietude como as árvores
Impotente como todos os indefesos
Distraí-me
Mas entretanto sorvi plenamente
O perfume que só há nos jardins
Dos puros
Bebi o néctar mais doce
Que qualquer fruto proibido
E sonhei
Com o voo da Fénix
Transformado em mim
Paula Sá Carvalho, 13/8/2014
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