Todos procuramos a luz, uns às cegas outros de olhos bem abertos.
A uns e outros dedico este poema
OS DEUSES
A pedra fria
Mágica
Erguida por séculos
E séculos
De memória sepulcral
De imagens
E de cores
Que gritam
Ao sol para entrar
Nos passos do chão
Quebraram-se corações
Uns sinceros
Outros não
Mas todos aflitos
Beberam da mesma água
Benzeram a mesma
Aflição
Alumiaram as noites
Dos habitantes da bruma
Salvaguardando-se da cegueira
Colhendo pirilampos
No além-amar
Desses corações
Saíram ais
Lágrimas e sangue
Lágrimas de alguns
De outros o verbo
Todos eram filhos comuns
Paula Sá Carvalho, 2012
Os Deuses no tédio da imortalidade divertem-se alterando a vida dos humanos tal como estes se divertem quando interferem com as formigas desviando-as do seu destino. Na realidade se a houver todos nos sentimos deuses quando mudamos o destino nem que seja o nosso.Na ânsia de encontrar respostas esquecemos as perguntas e perdemos-nos pelo caminho. Que bom é ser formiga pensam os humanos enquanto os deuses dizem que bom é ser humano e poder morrer. Assim deuses/humanos /formigas servem-se uns dos outros para justificar a sua miserável existência.
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